Umbanda

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A Definição Clássica do que é Umbanda foi aprovada na II CONVENÇÃO NACIONAL DA UMBANDA, realizada pelo CONSELHO NACIONAL DELIBERATIVO DA UMBANDA E DOS CULTOS AFROS - CONDU/RJ, em 25/28 de agosto de 1.978, que é a seguinte: “UMBANDA é uma manifestação Divina, Culto de caráter Místico Religioso, projetado no Plano Astral do Brasil, com fundamento na Caridade.

Em pesquisas realizadas por diversos escritores e estudiosos do assunto e também pelo CONDU/RJ, as versões variam muito, porque com esta grafia Umbanda, só foi encontrada no livro de registro, ou ata, da Federação Espírita de Niterói, porem na língua Bantu: AUM-BHAN-DHA, quer dizer: DEUS E TODOS NÓS, ou O ÚNICO POR TODOS NÓS. Pela grafia aum-bandha, o significado já é o limite do ilimitado e ainda o princípio divino. A UMBANDA passou a ser A Arte de Curar na gramática de Kimbundo, do professor José Luiz Quintão e KIMBANDA, quer dizer curandeiro na linguagem quimbundo, porém a grafia mais conhecida seria QUIMBANDA.

Suas origens são remotas, vindo do berço de nossa civilização, talvez até de civilizações mais antigas, ainda desconhecida pelo homem. Porém a UMBANDA que praticamos agora, liberta de muitos de seus elos com outras religiões ou filosofias, livre de práticas e mitologias passadas, renasceu neste século, no dia l5 de novembro de 1908 no médium ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES, em Niterói, então distrito do Rio de Janeiro.

Acometido de uma doença que a medicina tradicional não conseguia debelar, Zélio foi levado a um centro de espiritismo da Linha de Alan Kardec. Lá, uma entidade espiritual diferente das que “baixavam” no local, manifestou-se em Zélio Fernandino de Moraes, identificando-se como índio e ao ser interpelado pelo médium vidente José de Souza, que lhe perguntou quem era ele, que respondeu: “Já que querem um nome, podem me chamar de Caboclo das Sete Encruzilhadas”. Disse que trazia uma missão de estabelecer normas de um culto, no qual os trabalhadores espirituais que se apresentavam sob a forma de índios e pretos escravos e que por isso eram repelidos nas sessões espíritas, viriam transmitir a Mensagem de Amor e Fraternidade, a Caridade Espiritual que se fazia necessária na época, quando só existiam as mesas kardecistas, elitizadas, altamente sofisticadas, sendo que os espíritos que chegavam eram somente de doutores e outros grandes mestres e a Macumba, com seus ritos grotescos, misteriosos e assustadores.

Esta Entidade Espiritual, Caboclo das Sete Encruzilhadas, pronunciou uma frase: “Levarei daqui uma semente e vou plantá-la nas Neves, onde ela se transformará em uma árvore frondosa e chamar-se-á UMBANDA”. No dia seguinte, l6 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, n. 30, no bairro Neves em Niterói/RJ, manifestou-se novamente aquele índio, que declarou fundado o Primeiro Templo dessa nova religião, que seria chamada de Tenda Nossa Senhora da Piedade, “da mesma forma que Maria ampara nos braços o Filho querido, também serão amparados os que se socorrerem da UMBANDA”. Explicou ainda porque seria Tenda: Porque lembra uma casa humilde.

Profetizou que esta nova religião iria se espalhar por todo o território brasileiro, sintetizando numa frase: “UMBANDA, é a MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO PARA A CARIDADE”. Registre-se também, que neste mesmo dia, baixou o espírito de Preto Escravo que deu o nome de Pai Antônio ou Tio Antônio.

Os dez Fundamentos da Umbanda também foram aprovados na IIa. CONVENÇÃO NACIONAL DA UMBANDA. Onde um dos Convencionais discutiu veementemente, não aceitando o que estava sendo aprovado, pois ele estava lançando naquela mesma época um livro com os “fundamentos da Umbanda”, que na realidade não eram fundamentos e sim a própria prática, liturgia, a filosofia da religião.
Assim sendo, meus amigos e meus irmãos, os Dez Fundamentos da Religião de Umbanda, são realmente estes:

1. A existência de um DEUS ÚNICO;
2. Filosofia Religiosa Universal;
3. A existência dos Orixás, entidades evoluídas;
4. A Reencarnação;
5. A Lei de Causa e Efeito;
6. A existência de outras vidas, de outros Planos e de outras Linhas de Evolução;
7. A natureza trina do HOMEM: Espírito, Alma e Corpo;
8. A prática da Mediunidade;
9. A manifestação dos Guias Espirituais, ainda em evolução nos Planos Intermediários e que são os mensageiros dos Orixás;
10. A prática do BEM, através dessas manifestações. “Umbanda é a Missão do Bem!”

O Deus da Religão Umbanda tem seus cultos próprios, cultuando a DEUS em primeiro lugar, que as denominações AUM - OBATALÁ - OLORUM e pelo seu início, 1908 a 1940 aproximadamente, também era conhecido por ZAMBI e TUPÃ.
Em seguida vem os Orixás, que são os Devas que comandam as Leis da Natureza:

• OXALÁ: Regente da Paz, do Sorriso e da Tranquilidade. Responsável pela fertilidade do homem, em Cambinda é conhecido por Ganga Zumba, sincretiza com Jesus de Nazareth;
• YEMANJÁ: Mãe de todas as mães - Senhora das Águas - Rainha do Mar - Regente da Fertilidade da Mulher;
• OGUM: Senhor da Guerra, da Espada e do Aço - Defensor dos Oprimidos - Regente da fertilidade da terra, sincretiza com SÃO JORGE;
• OXOSSI: Senhor da Floresta - Rei das Matas - Caçador de Almas Perdidas - Dono da terapêutica do espaço - Curador de males físicos e espirituais através das plantas, raízes e folhas, sincretiza com SÃO SEBASTIÃO;
• XANGÔ: Senhor das Pedreiras - da Justiça - do Trovão e do Fogo - Rei de Oyó, sincretiza com SÃO JERÔNIMO;
• OXUM: Regente do Amor, da Bondade e do Ouro - Deusa das Águas doces: Rios, Lagos, Lagoas, Açudes - Deusa da beleza e da Riqueza, sincretiza com NOSSA SENHORA APARECIDA e NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO;
• YANSÃ: Regente dos Ventos, das Chuvas, dos Raios, das Tempestades e Terremotos - Também conhecida por Oyá, sincretiza com SANTA BÁRBARA e SANTA JOANA D’ARC.

Umbanda é uma religião Monoteísta, é Ciência e Filosofia, constituída de duas partes: Esotérica e Exotérica.
A Esotérica é a parte oculta, destinada e reservada a quem se está preparando ou que já estiver em condições de receber a Luz da Iniciação.
A exotérica, como Religião, destinada aos adeptos, segundo seu aperfeiçoamento, mentalidade e cultura. Uma congregação de Espíritos Evoluídos, nos níveis superiores do Plano Astral, formam a cúpula orientadora, que busca suavizar e contribuir para a evolução dos irmãos mais atrasados.
Como religião apresenta-se de forma racional, de maneira que qualquer adepto, desde que raciocine, compreenda sua estrutura e suas finalidades, das quais as mais importantes são: A CARIDADE e a EVOLUÇÃO DO HOMEM.
A finalidade da Umbanda, é prestar a caridade e auxiliar o Homem a encontrar o caminho de sua evolução. Ensinar a todos, que não se deve fazer o mal a quem quer que seja, pois a Lei de Retorno é infalível. Tudo que se fizer se receberá de volta. Portanto o melhor de tudo é fazer o BEM, sempre fazer o Bem, para receber o BEM.
Ensinar que os fatores “Sorte” ou “Azar” não existem. Na realidade são decorrências da própria ação do homem. Se a vida é boa, regular ou péssima, foi ele próprio que a preparou. Em cada encarnação, o ser humano prepara sua própria vida para as encarnações futuras. Por isso que a Filosofia Maior da Religião de Umbanda é: “O Homem é o Arquiteto de sua Própria Vida”.
A liturgia de UMBANDA, seu ritual, é composto de Sessões de Cultos, cujas “giras” são realizadas no Templo. As Sessões dividem-se em:
A) - Sessões de Culto, Públicas - Chamadas de Sessões de Caridade ou Atendimento Público;
B) - Sessões de Desenvolvimento Mediúnico e Aulas - Para o preparo dos iniciados e esclarecimentos aos adeptos, uma vez por semana (parte esotérica)
C) - Sessões de Vibrações Fluídicas - Para os médiuns, devem ser feitas uma vez por mês;
D) - Sessões Comemorativas: Nos dias consagrados aos Orixás Maiores, geralmente sincretizados com Santos Católicos;
E) - Sessões Esotéricas: Sessões de rituais de cruzamentos ou “acruzamentos”, que se imantam com os elementares da natureza.
F) - Sessões Especiais: Também chamadas de sessões de DEMANDA, ENGIRAS no máximo 7 vezes por ano. São sessões de descargas fluídicas, chamadas “fortes”, usando os Orixás, propriamente dito.
Estes são os 7 tipos de Sessões que se realizam na UMBANDA. Alguns terreiros, separam o dia de Sessão de Desenvolvimento dos dias de Sessão de Aulas ou Doutrinas.